segunda-feira, 13 de abril de 2009

DSI CROQUETTES (ícones)


Histórico
Grupo carioca que cria Gente Computada Igual a Você, 1972, espetáculo irreverente e perturbador, alinhado à contracultura, à criação coletiva e ao teatro vivencial. Originado de um show de boate, posteriormente transferido para São Paulo na casa noturna TonTon, sua marca prende-se à equipe: um grupo de homossexuais masculinos que assume a opção e dela faz uma bandeira de afirmação de direitos. Na equipe criadora do espetáculo constam os nomes do coreógrafo Lennie Dale, do autor Wagner Ribeiro de Souza, e dos bailarinos Cláudio Gaya, Cláudio Tovar, Ciro Barcelos, Reginaldo de Poli, Bayard Tonelli, Rogério de Poli, Paulo Bacellar, Benedictus Lacerda, Carlinhos Machado e Eloy Simões.
Estruturado como um grande show musical, a realização conhece o sucesso em São Paulo, no Teatro Treze de Maio, em 1972. Gente Computada apresenta números cantados, dublados e dançados, entremeados por monólogos que equacionam as experiências de vida dos integrantes. Tais textos de interligação, de autoria de Wagner Ribeiro, primam pela ironia, duplo sentido e tom farsesco. A montagem recicla práticas da antiga revista musical, do show de cabaré e da tradição norte-americana do entertainement. As coreografias de Tinindo Trincando, música dos Novos Baianos, e Assim Falou Zaratustra, em versão dance e technopop, constituem momentos altos da realização. Figurinos ousados, maquiagem pesada e o contraste dos corpos masculinos em trajes femininos imprimem ao espetáculo tons de grotesco, de deboche e espírito ferino. Um árduo trabalho de interpretação e de dança é empreendido pelo bailarino Lennie Dale, para transformar o que era um ajuntamento de indivíduos numa trupe artística, elogiada pela crítica.
Em Paris, os Dzi Croquettes conhecem a consagração internacional. Em 1973 e 1974, fazem longas temporadas no Le Palace e, entre outras atividades, participam do filme Le Chat et la Souris, de Claude Lelouch. Uma parte da equipe cria um novo espetáculo, Romance, de Cláudio Tovar e Wagner Mello, 1976, que não alcança a mesma projeção do anterior. Posteriormente um elenco feminino vem agregar-se ao núcleo fundador, mas esta alternativa não amplia as propostas iniciais e, pouco tempo depois, o grupo se dissipa.
Inspirado no conjunto norte-americano The Coquettes e no movimento gay atuante na off-Broadway, a equipe soube equacionar conteúdos brasileiros para falar de nossa realidade, desde a repressão sexual até a censura e a ditadura. O grupo está na origem de uma corrente que veio a se desenvolver posteriormente, vinculada ao travestismo, ao deboche, à exploração do virtuosismo dos membros da equipe, à caricatura, à farsa e à comédia de costumes. Influencia a criação do grupo Vivencial, do Recife, e diversos grupos gays da Bahia, nos anos 80 e 90.


Atualizado em 16/10/2007


Fonte: enciclopédia Itaú Cultural
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=cias_biografia&cd_verbete=490


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rádio Senado debate homofobia



INSTITUCIONAL
08/04/2009 - 19h49




A Rádio Senado apresenta neste fim de semana a reportagem especial O Homossexualismo e o Preconceito. A intenção é debater o preconceito contra os homossexuais e discutir ideias para mudar esse comportamento. A reportagem especial também trata das causas desse tipo de discriminação e do projeto, em análise no Senado, que estabelece punições para a homofobia - a aversão ao homossexualismo.


Também na sexta-feira, às 7h30, o programa Visão Política apresenta um panorama da evolução dos partidos políticos brasileiros desde a redemocratização do país. O professor Scott Mainwaring, da Universidade Notre Dame, em South Bend, nos Estados Unidos, é o convidado do programa para debater sobre o mais longo período democrático brasileiro. Mainwaring é autor do livro Sistemas Partidários em Novas Democracias: O caso do Brasil e coautor de Partidos Conservadores no Brasil Contemporâneo.


No fim de semana, o programa Brasil Regional apresenta o violonista Renato Andrade. O músico é considerado o "Guimarães Rosa da Viola" em razão das "sinfonias caipiras" que executa. O trabalho é resultado de seu vasto conhecimento musical aliado à sonoridade da roça. O Brasil Regional vai ao ar no domingo (12) às 8h, com reprise na segunda-feira (13) às 23h.


Na segunda-feira, o programa Fique por Dentro da Lei debate o sistema de aposentadoria em 30 minutos com o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Valdir Moisés Simão. Desde o início de 2009, o INSS promete liberar em apenas 30 minutos os pedidos de aposentadorias por idade dos trabalhadores urbanos. Ele também tira dúvidas sobre a aposentadoria de trabalhadores rurais e a concessão do benefício por tempo de contribuição e por invalidez.


Os ouvintes de Brasília (DF) podem sintonizar a Rádio Senado na estação 91,7 FM, e os de Natal (RN), na 106,9 FM. Na Internet, é possível acompanhar a programação ao vivo pelo endereço eletrônico www.senado.gov.br/radio. No mesmo site, há ainda o serviço Rádio Agência para que rádios cadastradas possam fazer o download do conteúdo escolhido e reproduzi-lo. A Rádio Senado também é transmitida em Ondas Curtas (OC), com programação diferenciada, pela freqüência 6990 KHz, na faixa de 49 metros, para as Regiões Norte e Nordeste e para alguns estados da Região Centro-Oeste.




Da Redação / Agência Senado

PARODIANDO VINICIUS

Era um armário muito engraçado
estava dentro de outros armários.
ninguém podia sair dele não,
era blindado com solidão.


Não adiantava tentar sair,
pois outro armário se achava ali.
Não adiantava nem reclamar,
era um armário familiar


Quem conseguia
se dava mal,
num outro armário profissional.

Quem conseguia ultrapassar,
logo outro armário ia encontrar.
Era um armário tão poderoso
o tal armário religioso.



Não se podia reivindicar
o seu direito de cidadão.
De tantos armários trancafiados,
a sua voz não se ouvia não

Era uma voz tão engraçada
não tinha eco não tinha nada.
Avante corpos tão descolados,
armário adentro, sons tão calados.

Era um armário muito engraçado
estava dentro de outros armários.
ninguém podia sair dele não,
era blindado com solidão


Mas era feito com muito requinte
na rua dos tolos, engana a gente.

Vários modelos e atual,
a todo mundo, a todo o canto,
um só armário incondicional.


M.D.

domingo, 29 de março de 2009

HOMOSSEXUALIDADE E SOLIDÃO




Quando iniciei, a nível experimental, a difícil tarefa de publicar artigos recentes e atualizados sobre o progresso da Psiquiatria, deparei-me com um enorme universo de temas solicitando ser explorados. Já há material vasto e abundante na internet sobre Psicopatologia, Psicofarmacologia, Epidemiologia e sobre a História da Psiquiatria. O resultado de meus esforços culminou em uma cansativa mudança de temas, os quais deveriam nortear este website de modo variegado, pois era esta a idéia inicial.




Terminei por findar a coleta de links, interrompi, parcialmente, o curso de continuidade do artigo Uma Breve História da Psiquiatria (o qual, para minha surpresa, tem sido muito acessado, copiado e até mesmo publicado em alguns periódicos – surpreende-me pelo fato de ser demasiado simples), e literalmente desisti de transformar o site Dr Adnet.com em um site exclusivamente sobre Psicofarmacologia, um território no qual me movo com indisfarçável empolgação (sempre fui um apaixonado por Farmacologia, desde os tempos da Faculdade de Medicina).



Após ter publicado o artigo "Homossexualidade é Doença?" passei a receber e-mails de todo lado, grande parte deles procurando me incitar a dar continuidade ao tema. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a ausência de um conteúdo afetivo objetivo nas mensagens com teores de crítica e de protesto. Em outras palavras, surpreende-me como a questão da homossexualidade tem sido tratada, como se fosse apenas algo como "um tema a ser votado", e não, como na realidade o é, algo tão profundo e incômodo para tantos, e que muitos anseiam por melhor conhecer, e mais ainda, por saber lidar.



Não se trata aqui de qualquer mera opinião pessoal, mas o fato é que a questão da homossexualidade está histórica e indissociavelmente atrelada à problemática do sofrimento humano.



Minha experiência com a homossexualidade não deriva apenas de minha prática clínica, primeiramente, mas em grande parte do contato pessoal (e não sexual, diga-se) com cinco familiares meus que muito têm sofrido em razão deste que é, sem dúvida alguma, um dos mais importantes temas dos nossos dias. E esta importância também deriva da gigantesca e impressionante prevalência desta condição de preferência sexual em nossos dias.



Não é meu objetivo aqui, neste artigo, tratar da gênese do problema, mas sim focar minha atenção sobre as consequências desta estranha manifestação da sexualidade humana, sobretudo no aspecto do sofrimento que experimentam tantas e tantas pessoas vítimas deste feroz desejo, dessa incessante busca, desse cansativo e exaustivo modo de existir.



Grave nesta questão são os posicionamentos artificiais diante deste assunto, ou seja, não faltam aqueles que, sem entenderem a questão da homossexualidade, fixam-se a modelos explicativos artificiais e pueris e assumem ares de autoridade quando se aventuram a asseverar, de modo errado, sobre algo que não somente mal conhecem, bem como com ele não sabem lidar de modo correto. Opinadores há muitos, conhecedores muito poucos. Bem poucos!



O ser humano naturalmente busca tanto a satisfação sexual como o preenchimento afetivo. E no território da homossexualidade, tanto a busca pela satisfação sexual como a busca por um preenchimento afetivo se revestem de características peculiares e sobremodo problemáticas sob o aspecto da saúde mental. E a despeito das asseverações de muitos entusiastas do homossexualismo, os diversos problemas atrelados à condição homossexual permanecem.



Vou ilustrar esta abordagem citando apenas um dentre os casos de homossexualidade presentes em minha própria família, como acima já mencionei. E o leitor afeito ao tema poderá verificar a repetição deste padrão de sofrimento em meio ao universo de indivíduos homossexuais. Poderá verificar apenas se desejar, e verificará se for um observador honesto, e não meramente um crítico gratuito e tendencioso de artigos sobre a homossexualidade e sobre o homossexualismo.



O membro de minha família, no caso específico em questão, é um indivíduo do sexo masculino, de bom nível social e econômico, portador de inteligência acima da média e com nível de educação superior.



Após passar por longos períodos de busca pelo que aqui chamarei de "solução para o seu dilema", na realidade encontra-se, até hoje, vivenciando conflitos internos com importante grau de sofrimento psíquico e afetivo.



Muito tempo após ter se dado conta da inutilidade e da futilidade de uma busca desordenada por satisfação sexual (e também afetiva), o mesmo optou por buscar um relacionamento sexual e afetivo com algum grau de estabilidade.



Sua decisão refletiu-se, de modo importante, na cessação parcial da troca frequente de parceiros, porém culminou com uma relação afetiva e sexual com outro indivíduo, o qual se auto-intitula de heterossexual. Percebe-se na relação de ambos componentes de afeto e de carinho evidentes, todavia o resumo final da relação é visivelmente patológico.



Segundo seu relato, em certa ocasião ambos se encontravam em uma festa em um clube social onde havia como chamativo a presença de um DJ vindo não me lembro de onde. Ambos se reencontraram na referida festa um dia após terem passado o dia e a noite anterior juntos.



Tanto um como o outro possuem uma considerável rede de conhecimentos sociais, o que os levou a percorrer a festa cumprimentando e conversando com diversas pessoas, individualmente, e em separado.



Após várias horas de vai e vem, e de drinks aqui e acolá, o parente em questão visualizou seu "amigo" em apertos e carícias com uma mulher. Incomodado com a situação, chamou seu amigo e lhe fez ver a sua insatisfação diante daquela desconfortável situação. Segundo o relato, a resposta de seu amigo foi mais ou menos a seguinte:



"Eu gosto de você, mas também gosto de mulheres. Você entende, não?"



Tendo-se afastado, triste e incomodado, o membro de minha família se recolheu a um canto da festa e passou a observar o comportamento público do "novo casal". Ainda segundo o relato, o parente pôde notar a insistência da mulher em convidá-lo para sair da festa e ir "ficar com seu amigo" em um lugar mais apropriado para o óbvio evento que se daria a seguir. Retirou-se o parente da festa, dirigiu-se à sua casa e passou dois dias experimentando uma mescla de sentimentos de rejeição, angústia, ansiedade, depressão e desprezo. Prostrou só e experimentando um profundo sentimento de solidão. Com voz embargada, me procurou, conversamos, porém nada pôde impedir seu pranto e não pôde ser grande o alívio ao seu sofrimento.



Poucos dias depois, fui procurado por um paciente com um relato semelhante, e as marcantes características presentes em ambos eram precisamente o sofrimento de uma solidão não resolvida e a desorientação de ambos frente a uma situação destas. Simplesmente não sabiam como lidar com aquilo.



De modo prudente, indaguei de ambos o porquê de não se relacionarem com outros indivíduos com inclinação sexual semelhante, ou seja, homossexual e não heterossexual. E a resposta de ambos também coincidiu. Disseram (em palavras mais simples) reconhecer em si próprios todas as características masculinas próprias de um ser humano com genótipo XY, e que simplesmente não lhes agradavam as características afeminadas presentes em determinados indivíduos com tendências homossexuais, e consequentemente, buscavam relacionamentos com homens heterossexuais. E ambos alegavam serem eles próprios "buscados" por heterossexuais de seu convívio.



A vida sexual e afetiva de ambos era, e é, uma autêntica confusão, ora sendo abraçados e acariciados por seus "amigos heterossexuais", ora vendo-se literalmente descartados por seus parceiros quando estes se entusiasmam por esta ou por aquela mulher. E a desastrosa consequência de uma situação assim não poderia levar a outra coisa senão a um terrível sofrimento pessoal e muito íntimo.



E quando indaguei a ambos sobre uma possível relação com indivíduos portadores da "mesma atração", não lhes estava propondo nenhuma solução ou sequer uma alternativa de comportamento e de conduta para ambos, mas estava realmente desejando saber o que se lhes passava não só pela mente, mas também pelo coração. E o objetivo disto era ajudá-los. Todavia, ambos se mostram irredutíveis em não aceitar se relacionar com outros parceiros que possuam características homossexuais visíveis aos olhos mais leigos. Preferem os heterossexuais, alguns dos quais lhes parecem passar a imagem e o comportamento de um amante ideal, ainda que tal imagem e comportamento não passem de uma farsa psicológica, intencional ou não.



Pessoalmente, já havia avaliado inúmeras situações semelhantes no território em questão, e em não poucas vezes o que vi nada tinha a ver com "opção" e muito menos com "alternativa", mas sim grosseiras camuflagens de prostituição masculina. E embora não esteja aqui generalizando esta situação, sua presença no dia a dia da vida de muitos que possuem características de homossexualidade simplesmente não pode ser negada. Está tudo debaixo do sol.



Nasci e fui criado na zona sul do Rio de Janeiro, e tive a oportunidade de conhecer diversos "casais" homossexuais, antes e depois de me tornar um profissional da Psiquiatria. Aqui a palavra casal está entre parêntesis porque casal refere-se a casamento (do grego nunphom = núpcias, e casamento) que por sua vez, implica, obrigatoriamente, na presença de noivo (do grego chatan = noivo) e da noiva (do grego nunphe = noiva). Logo, casal e casamento referem-se a nunphom, chatan e nunphe, núpcias, noivo e noiva, respectivamente. Etimologicamente, filho deriva do vocábulo grego hyios = filho, o resultado de um nunphom = núpcias.



Conheci diversos destes "casais", e honestamente digo que nunca jamais conheci um que fosse feliz. Nem um único sequer. Muitos deles vivem fantasias projetadas a ponto de chamarem-se a si próprios e a ambos de "meu homem", o que por si só já inviabiliza a caracterização de uma situação destas como sendo um casal (chatan + nunphe).



Historicamente, sempre foram os afetos e os sentimentos de amor e de ternura que permearam os casais autênticos (chatan + nunphe), além das características próprias da união heterossexual perpetuada pelo casamento, ou seja, a lealdade, o companheirismo e as percepções dos instintos naturais de paternidade e de maternidade do casal. Aliás, para a maioria das pessoas, casar-se se encontra diretamente vinculado a ter filhos.



Os indivíduos com tendências de homossexualidade possuem estes mesmos instintos naturalmente presentes em suas personalidades, todavia, sabem que não há a mínima possibilidade de vivenciarem plenamente o que seja uma união matrimonial autêntica nos moldes históricos. E por esta razão, o que lhes resta é uma projeção fantasiosa de uma pseudo-aplicabilidade do termo casamento às suas situações, a meu ver muito mais como uma desesperada busca pelo preenchimento afetivo do que uma referência irônica ou escarnecedora para com o casamento autêntico (nunphom).



A expressão "à espera do meu príncipe encantado", frequentemente ouvida no território homossexual reflete bem a consciência que muitos possuem sobre ser o "casamento gay" algo como um conto de fadas. Algo que não existe na prática, mas que assume características de um valor desejado na teoria, mas impossível de ser vivenciado na prática. É algo literalmente fantástico (ou fantasioso). A simbologia mítica da expressão "à espera do meu príncipe encantado" é uma como que confissão inconsciente de um triste estado de solidão sem solução, muitas das vezes agravado pela preocupação com um futuro e com uma velhice desprovida da estrutura familiar tradicional e natural. Príncipes encantados são figuras mitológicas e irreais.



Minha posição não é, de modo nenhum, hostil para com pessoas que desta maneira sofrem, e embora não seja algo fácil para muitos admitirem, a solidão dos homossexuais é um tema impossível de passar despercebido. E embora a solidão não seja, de modo nenhum, uma condição exclusiva de homossexuais, para estes últimos a constituição de uma família é, sem dúvida, algo muito mais problemático e complexo do que para pessoas estritamente heterossexuais. E isto porque para os heterossexuais a possibilidade de uma união matrimonial é algo real, enquanto para os homossexuais é uma ilusão. E estou bem certo de que qualquer aprovação legal de "casamentos gays" em nada poderá modificar esta realidade, talvez simplesmente a tornará mais evidente, pois com a aprovação de tais leis, mais e mais casos virão à tona, evidenciando-se assim, e ainda mais, a solidão e outros sofrimentos experimentados por muitos indivíduos com inclinações de homossexualidade.



Quando em um de seus programas de entrevistas, Jô Soares entrevistou o Bispo Crivella, abordando a questão da homossexualidade, nestas palavras se expressou o entrevistador:



"Você fala como se fosse uma opção, como se a pessoa de repente dissesse, o que que eu vou ser? Eu acho que eu vou ser homossexual, tou gostando desse negócio aí. É bom porque eu vou sofrer muito, vou ser um pária na sociedade, dizem que não há preconceito, mas há, é o que eu quero! Sou masoquista, quero sofrer mesmo!" (YouTube - Jô Soares finge que entrevista Crivella e faz discurso gay)



Existe esperança e solução para este dilema? Sim, existe! Porém não no mundo da fantasia a que tantos homossexuais têm recorrido buscando o alívio para seus sofrimentos. A opção sexual é um direito legal do ser humano, e também o são a opção pela felicidade ou a opção pelo sofrimento.




Dr Adnet





Para referência


Para referência de citação de fonte: Dr Adnet - Homossexualismo, Homossexualidade e Solidão/ Em: www.dradnet.com/

HOMOSSEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE



Nos últimos anos tem vindo a tornar-se uma questão com crescente visibilidade: a homossexualidade na terceira idade. Agora um jornal brasileiro publicou uma notícia sobre o tema. Na notícia, na senda de estudos e reportagens anteriores, diz-se que "numa sociedade que ainda vê os gays com preconceito, envelhecer pode ser um período de isolamento e desamparo social"


"NUMA SOCIEDADE QUE AINDA VÊ OS GAYS COM PRECONCEITO, ENVELHECER PODE SER UM PERÍODO DE ISOLAMENTO E DESAMPARO SOCIAL"

Há poucos anos, um amigo do escritor pernambucano Paulo Azevedo Chaves, quebrou todos os discos de música popular que mantinha, renunciou à vida "mundana" e entrou para uma igreja evangélica. A mudança teve outra razão, que não apenas de fé. Homossexual, o homem procurou forças na religião para controlar o desejo e deixar de se relacionar com outros homens. "Ele disse que tinha muito medo de envelhecer sozinho, de ficar abandonado. Tenta se relacionar com mulheres", diz Paulo, gay convicto no alto dos seus 67 anos.

Os dois amigos têm trajetórias distintas, mas, cada um a seu modo, exemplifica os dilemas de uma parte da sociedade freqüentemente ignorada.

Não é regra absoluta - como nada pode ser em termos de comportamento humano -, mas a solidão costuma ser um desafio para os homossexuais idosos, pessoas que teoricamente, não têm descendentes e menos ainda amparo legal para questões como a viuvez.

"Além dos problemas da velhice, é comum que haja um afastamento dos membros da família. As amizades são normalmente um substitutivo das relações familiares. Mas a proximidade da morte e o fato de os amigos também estarem morrendo reforçam muito a solidão. São verdadeiras tragédias individuais", constata o escritor João Silvério Trevisan, autor do clássico Devassos no Paraíso, que traça um panorama histórico das questões morais e da homossexualidade no Brasil. Militante notório, Trevisan montou em São Paulo um grupo de voluntários para ajudar homossexuais idosos em estado de extrema solidão.

"Não existem políticas públicas para essas pessoas. Asilos, por exemplo, onde possam ser íntegros permanentemente", diz João Silvério, que não vê nesses espaços a possibilidade de formação de "guetos". Em Berlim, a capital alemã governada por um prefeito assumidamente gay e reduto da maior população homossexual da Alemanha, foi anunciada a construção de um asilo de 150 apartamentos no bairro gay de Schoeneberg. "A primeira geração de gays e lésbicas que não tiveram que esconder sua orientação sexual agora está chegando à idade da aposentadoria", disse o gerente do projeto, Hans-Juergen Esch, ao jornal alemão Bild.

A medida tem como objetivo impedir um fenômeno verificado entre homossexuais idosos: a "volta ao armário". No meio homossexual, "sair do armário" é gíria que designa a revelação da orientação sexual. A segmentação tem respaldo no fato de profissionais que lidam com apoio a idosos se mostrarem intolerantes. Até em Nova Iorque, uma das mecas mundiais da tolerância a homossexuais, uma pesquisa recente mostrou que 52% dessas equipes de assistência social condenam a prática homossexual. Houve o caso de um gay idoso que foi transferido para uma clínica de tratamento mental depois de ter sido flagrado fazendo sexo com um colega. "Mesmo quando há uma aproximação da família, costuma ocorrer uma "blindagem" para que não se saiba a orientação sexual", comenta João Silvério Trevisan. O que entra em questão, portanto, é o direito à plena identidade na velhice.

O relações públicas S.M., de 61 anos, diz que a idade lhe trouxe uma constatação pouco satisfatória: "Sei que meu corpo já não tem apelo e, para não ficar só, preciso recorrer a serviços de prostitutos". Ele faz parte de um grupo de homossexuais idosos que, para conseguir envolvimentos amorosos, precisa frequentar saunas voltadas para o público gay ou "contratar" michês em locais como a Avenida Conde da Boa Vista ou a Conselheiro Aguiar, em Boa Viagem, lugares de ocorrência de prostituição masculina. "Sei que é arriscado, não levo essas pessoas para minha casa. A não ser os rapazes que eu já conheço há tempo", diz ele. "Dificilmente um rapaz me procura. Normalmente, são homens mais velhos", diz M.S., 25 anos, que trabalha como prostituto numa sauna de público homossexual no bairro da Boa Vista.

S.M. diz que, se não recorresse ao pagamento, não teria como extravasar o desejo, "Tem uns rapazes que frequentam minha casa, são casados com mulheres. Depois da transa, costumo colocar uma nota de R$20 no bolso deles", diz ele, que já chegou a pagar R$100 por um programa. "Esse dinheiro já faz parte do meu orçamento mensal", conta. "Pode parecer perverso para muita gente, mas as pessoas têm que entender que a sexualidade não acaba com a idade".

"É muito comum os gays mais idosos se envolverem com prostitutos. Eu, particularmente, não tolero sexo pago", diz o escritor Paulo Azevedo Chaves. João Silvério Trevisan diz que os gays idosos sofrem discriminação nos próprios círculos homossexuais. "Dentro da cultura homossexual, há tês tabus: ser gordo, desmunhecado e velho". Conta ele, que, no momento verifica contradições. "Há garotos aficionados por homens mais velhos. Basta entrar na internet com nick de senhor e constatar a procura". Esses garotos também costumam ser bastante discriminados pelos próprios colegas gays. "Não sei se é uma projeção do meu inconsciente, como se fosse uma busca pelo amor paterno. Mas, desde que me descobri gay, só tenho interesse em homens mais velhos, barrigudos, completamente fora dos padrões de beleza", confirma o estudante de psicologia I.N., 23 anos.

"Sim, a solidão existe. Mas a mim, particularmente, não incomoda. Nunca fui de viver perto da família", diz o escritor Paulo Azevedo Chaves, autor de poemas às vezes homoeróticos, que, depois de ter morado em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e na Europa, vive hoje num sítio, isolado como gosta.

Homossexual "ortodoxo", como chama, mas hoje, maduro, costuma se envolver com homens bem mais novos, vários deles casados, de vida heterossexual aparente. Ele confirma que o interesse financeiro pontua, frequentemente, a aproximação entre garotos e senhores gays.

"Os rapazes estão muito aberto a experiências sexuais. Dificilmente dizem que não topam. Prefiro pessoas maduras, mas elas são menos disponíveis. Todo mundo sabe que existe sexo com e sem amor. O tesão não acaba com a idade", diz. "Socialmente, os rapazes são mais aceitos quando dizem que se envolvem com senhores gays em troca de pequenas vantagens", diz.


TESÃO MAIS VELHO - Conhecido na sociedade pernambucana, personagem usual de colunas sociais, um empresário do setor agrícola, 60 anos, diz que presentes e favorecimentos são moeda corrente em suas relações. "Embora o corpo, com a idade, perca muito do seu apelo há garotos com grande tesão em homens mais velhos. Do contrário, não se envolveriam com eles. Mas claro que se aproveitam para conseguir vantagens: um presente, ou mesmo a possibilidade de frequentar bons lugares, restaurantes da moda", diz ele, que explica por que prefere não se identificar: "Em sociedade, tudo se sabe. Mas pouco se comenta abertamente. Há muito preconceito e muita hipocrisia", diz.

O empresário diz que não vê mal algum em dar presentes para seus namorados. "O problema é que o gay não está no lado oficial e, portanto, é mais estigmatizado por isso. Vários heterossexuais gastam muito dinheiro com jóias e até carros para suas namoradas interesseiras e pouca gente os critica", diz. "O importante mesmo é não se sentir sozinho", acredita.



Texto extraído do JORNAL DO COMÉRCIO - Recife, nove de Janeiro de 2005.

———————————

terça-feira, 24 de março de 2009

Está na moda sair do armário?






Por Diego Cardoso 11/12/2006


Está na moda sair do armário? Haja vista a quantidade de notícias que dão conta de pessoas públicas se assumindo, podemos dizer que sim. Mas o buraco é mais embaixo.

De Washington a Londres, atores, cantores, políticos e celebridades em geral assumem sua homossexualidade – ou bissexualidade – em frente às câmeras. Sinal dos novos tempos. A intolerância perde campo e os mais corajosos aproveitam a oportunidade e, pimba!, saem do armário.

O último a sair do armário foi um político de Glasgow, na Escócia. Steven Purcell, 34, resolveu assumir publicamente sua orientação sexual e deixou a esposa, com quem era casado há 5 anos. Purcell uniu-se, assim, a um seleto grupo de pessoas públicas que não têm medo do status quo.

E no Brasil? Apesar das incontestes vitórias do arco-íris em terras tupiniquins, ainda nos vemos desprovidos de "modelos" a serem seguidos. Os gays não temos aqui nos trópicos personalidades em que possamos nos espelhar.

Entre atores globais, passando pela música popular e chegando aos porões da política, podemos contar nos dedos da mão os assumidos. A maioria pensa antes no bolso. É justo: perder o emprego se assumindo é moeda-corrente no Brasil e mais ainda no mundo das aparências. Entretanto, se não tentarmos mudar essa situação, vamos viver no submundo pra sempre!

É certo que o que é feito entre quatro paredes não diz respeito a ninguém. Mas acredito que ser gay vai muito além de transar com outros caras. É, antes de tudo, ser humano e ter uma vida. Igual a todo mundo.


http://www.acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=769


Nesta seção você encontrará casos de pessoas que vivem sua sexualidade e afetividade de forma satisfatória e plena.

  • Juliano Mendes

    "Ela chorou também. Se aproximou e me deu um abraço forte. eu me surpreendi. No mínimo eu esperava que ela fosse mencionar algum 'colega do seu pai que procurou tratamento e hoje é casado e tem filhos'. Já notaram como sempre tem gente que conhece casos assim?" Leia mais...

  • Alex França

    "Cheguei em casa e disse que tinha algo pra falar. Ela já sabendo do que se tratava, só me perguntou "Você deixou de ser homem?". Deixar de ser homem não, só estou gostando de outro homem!" Leia mais...

  • Prima Donna

    "Esta questão do sair do armário não se limitou só a minha vivência com a família. Sou assumida também com meus amigos, no meu círculo social, no orkut, enfim... Acho que as pessoas que gostam de mim devem gostar do jeito que eu sou..." Leia mais...

  • Danilo Leonardi
    "Meu pai começou então dizendo que nada mudaria, que eles, os dois, iriam me amar de qualquer maneira, e que iríamos juntos procurar um psicólogo apenas para que eu pudesse ter certeza do que eu estava dizendo naquele momento crucial. " Leia mais...

  • Marcelo Dravio

    "Hoje estou com 26 anos e me considero incrivelmente sortudo por não precisar fingir ser alguém que não sou. Se eu fui capaz de conseguir esse meu espaço não vejo motivos para todos também não conseguirem."Leia mais...

  • Josy Oliveira

    "Estamos comemorando mais um aniversário de casamento. Já com bebê a caminho, fruto de uma inseminação artificial. Felicidade pouca é bobagem. Esses bêbes virão para completar uma família." Leia mais...

  • Jonatas Vianna

    "Ser filho de pastor não é fácil. Ser gay também não. Mas dizer a verdade me libertou pra ser quem sou: sincero. Não minto mais. Não alimento mais desejos e esperanças de coisas que não irão acontecer." Leia mais...

  • Carlos Fernandes

    "Carlos é nosso filho, irmão e cunhado de vocês. A partir do momento que eu e minha esposa, mãe dele, aceitamos e apoiamos a 'opção sexual' dele, vocês são obrigados a aceitar também" Leia mais...

  • André Freitas

    "Para mim foi uma prova acima de qualquer limite. Abdiquei de tudo o que sentia para construir um novo André. Respeitei e fui fiel à esposa, mas algumas coisas não encaixavam, principalmente sexo...." Leia mais...

  • Marcia H. Ramos

    "Naquela época, foi dificil pois eu morava no interior e com uma familia religiosa achava que era pecado, sofri muito por causa disso!!! " Leia mais...

  • Marcelo gayBoy

    "No começo não foi muito fácil, pois não recebi apoio de praticamente nenhum deles, mas alguns meses depois tudo foi mudando e começaram a entender melhor como eu era." Leia mais...

  • Alex Jr

    "Embora conhecesse alguns gays famosos, quando comecei a me entender homossexual, achava que teria que me vestir de mulher, falar fino e com trejeitos muito femininos." Leia mais...


http://www.armariox.com.br/conteudos/filhos.php










segunda-feira, 23 de março de 2009

"Meu pai é gay" - Histórias de quem vive essa realidade


Preconceito pode ser aprendido em casa - e essa lição elas nunca tiveram. Garotas de famílias assumidamente homossexuais contam como é conviver com papai e papai (ou mamãe e mamãe)

Por: Sandra Soares e Thiago Bronzatto

Durante toda a infância, a americana Abigail Garner sentia o coração acelerar toda vez que alguém mencionava a palavra "bicha" na sala de aula. De uma primeira geração de crianças criadas em famílias alternativas assumidas, ela cresceu mostrando o boletim escolar e negociando o horário de voltar para casa com uma mãe e dois pais - seu pai biológico decidiu viver com outro homem quando ela tinha 5 anos. Hoje, aos 33, é uma das mais conhecidas defensoras da causa gay no país, apesar de ser heterossexual. Desde 1999 escreve textos e dá palestras que ajudam filhos de homossexuais americanos - segundo estimativas, pelo menos oito milhões de crianças e adolescentes. Seu blog e seu livro, Families like Mine: Children of Gay Parents Tell It like It Is (numa tradução livre, Famílias como a Minha: Filhos de Pais Gays Contam como É), são referências no assunto.

Nos Estados Unidos, é comum que famílias como a dela assumam publicamente sua condição. Por lá, já existem até revistas voltadas para gays com filhos. A que ficou mais conhecida é a And Baby, lançada em 2001. Chegou a ter tiragem de cem mil cópias e fez sucesso com dicas para, por exemplo, papai e papai se saírem bem ao acompanharem a filha na compra de bonecas. O Brasil tem cerca de seis milhões de homossexuais e sedia a segunda maior Parada do Orgulho Gay do planeta. Mas só agora começa a lidar abertamente com o tema. "As famílias homoparentais são sempre existiram, mas eram invisíveis por causa do preconceito", afirma o sociólogo Alípio Sousa Filho, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e editor da Bagoas, publicação semestral de estudos sobre homossexualidade. "Dos anos 80 para cá, há avanços na aceitação da diversidade e eles estão ganhando mais visibilidade."


Filhos de gays não precisam colecionar, necessariamente, relatos traumáticos como os de Abigail. Filha adotiva do apresentador Leão Lobo - gay assumidíssimo -, Ana Beatriz Mota Lobo, 16 anos (foto acima), garante que raramente sofreu preconceito por causa do pai. "Meu namorado, por exemplo, se espantou mais por saber que o sogro era o cara das fofocas da TV do que com a opção sexual dele", diverte-se ela. Ana fala de sua criação com uma normalidade absoluta e não tem grandes dramas para contar. O problema começa da porta para fora. Mesmo completamente amparada, ela vive em uma família sem os mesmos direitos que as outras. Se o seu pai quiser se casar com o namorado, por exemplo, não pode. Já se vão doze anos desde a entrada, no Congresso Nacional, da proposta de legalização da parceria civil entre pessoas do mesmo sexo. E o projeto nunca foi votado. Mesmo sem amparo legal, as famílias formadas por casais gays vêm conseguindo vitórias na Justiça. Ao divulgar em 2002 a resposta ao pedido de custódia do filho biológico de Cássia Eller, feito pela viúva da cantora, o juiz que cuidou do caso escreveu: "A questão da homossexualidade não tem importância. O essencial foi assegurar o interesse pessoal de Chicão". Pela decisão, o garoto, hoje com 15 anos, permaneceu com Maria Eugênia Vieira Martins, companheira de Cássia nos últimos quinze anos de sua vida. A decisão abriu caminhos para casos semelhantes.

Tudo o que se relaciona à sexualidade, algo tão íntimo, se confronta com o mundo exterior. Crenças religiosas, maneiras de ver a vida, o lugar onde se vive - as variáveis são imensas. No caso dos filhos de gays, essa situação tende a ser exponencialmente maior. Bruna Peixe dos Santos, 16 anos, sofreu muito a perda de um namorado e de algumas amigas que se afastaram quando foram apresentados a seu "pãe". Bruna tem uma mãe biológica que nasceu mulher, mas optou pela identidade masculina. É um transexual - e adotou o nome de Alexandre Santos, o Xande, atual secretário da Associação da Parada do Orgulho Gay. "Até os 5 anos minha filha ouvia eu me apresentar como lésbica", explica Xande. "Quando compreendi que na verdade eu tinha identidade oposta ao corpo com que vim ao mundo, mudei meu discurso e meu nome." Entender todas essas mudanças foi o mais difícil para Bruna. "Era tudo meio confuso. Mas nunca tive vergonha do meu 'pãe'. Quando eu era mais nova, ameaçava bater em quem falava mal dele."

Como se vê, quando se chega perto das famílias com pais gays, é possível perceber que quase sempre o problema maior vem de fora - mesmo quando a relação dos pais com a sexualidade parece confusa. Somente há pouco mais de quinze anos o homossexualismo foi retirado da Classificação Internacional de Doenças publicada pela Organização Mundial de Saúde. Há mais tempo do que isso, no entanto, as primeiras gerações de filhos de gays assumidos mostram que família é família. E digam o que quiserem lá fora.

"Durante muito tempo, eu me recusei a responder à pergunta: 'Você é heterossexual?' Como outros jovens de famílias como a minha, ser confrontada com essa questão me fazia sentir como que colocando meu pai sob julgamento. Ser filho de homossexuais não significa que uma criança tenha mais ou menos chances de ser gay, mas essa é uma das discussões que mais vêm à tona quando se fala sobre famílias alternativas. Tive a sorte de saber que meu pai era gay antes de conhecer a homofobia. O preconceito é algo que se aprende e, aos 5 anos, eu não havia aprendido." Depoimento de Abigail Garner


http://gloss.abril.com.br/gente/conteudo/meu-pai-gay-404407.shtml




***

segunda-feira, 9 de março de 2009

Justiça da Califórnia tem 90 dias para decidir se casamento gay volta a ser permitido.


A Suprema Corte do Estado americano da Califórnia ouviu na noite dessa última quinta-feira, dia 5 de março, os argumentos a favor da anulação da Proposition 8, medida que proibiu o casamento gay no estado em novembro passado. Sete juízes ouviram os argumentos e têm 90 dias para decidir se o casamento entre pessoas do mesmo sexo passa a ser permitido na Califórnia, assim como se continua válido para os 18 mil pares que se casaram entre maio e novembro de 2008 quando o casamento foi legalizado pela mesma corte.Ao total 43 pessoas e instituições, que ganharam a condição de “amigos da corte”, incluindo grupos religiosos, educacionais, sociais, entre outros, manifestaram perante a justiça o pedido de banir a Proposition 8. Defensores dos direitos LGBT alegam que é inconstitucional e discriminatório definir o casamento como a união apenas entre um homem e uma mulher.“A Proposition 8 ameaça não somente os direitos dos pares do mesmo sexo se casarem, como o direito de todos os californianos serem tratados como cidadãos livres e iguais (...) Nossa Constituição é baseada no princípio de que a maioria deve respeitar os direitos de grupos minoritários”, afirmou Shannon P Minter, diretor do National Center for Lesbian Rights.Proposition 8, com 52,1% dos votos, a medida que baniu o casamento gay na Califórnia foi aprovada em novembro passado no mesmo dia das eleições presidenciais. A campanha pela aprovação da Proposition 8 partiu da organização Protect Marriage, que arrecadou mais de um milhão de assinaturas e US$ 74 milhões. Com arrecadação inferior, as organizações a favor do casamento gay ganharam o apoio de grandes corporações e personalidades, como Brad Pitt, Steven Spielberg, Google, Apple, entre outras.



Fonte: G. Online

Canal de TV britânico exibe filme sobre gays mulçumanos e enfrenta revolta.



Os executivos de um canal de televisão britânico resolveram enfrentar a revolta de alguns grupos e exibir o filme Jihad do Amor (Jihad for Love), do cineasta indiano Parvez Sharma, na última terça-feira, 3 de março.
Segundo o site Pinknews.co.uk, Sharma disse que recebeu ameaças de morte em seu blog depois de ter feito o filme. “Alguns países o proibiram. Eu fui chamado de renegado porque os mulçumanos acham que eu insultei o Islã, mas eu acho que isso abrirá um debate”, disse o diretor.
Líderes islâmicos no Reino Unido chamaram o documentário de ofensivo. “Essas pessoas não deveriam confessar seus pecados às câmeras de TV. Deveriam fazer isso em particular com Deus e procurar o perdão”, disse um líder religioso na segunda-feira (2). Uma porta-voz do canal defendeu o filme dizendo que ele foi bastante aclamado em festivais internacionais.
Em setembro de 2008, o diretor do filme veio ao Brasil e em entrevista ao G Online, ele disse que, de um modo geral, as reações ao filme foram favoráveis, inclusive no Brasil. O filme relata três histórias, a do sul-africano Mushin Hendricks, condenado por assumir publicamente sua homossexualidade, a do joven Mazen, preso em uma boate gay no Egito e a de uma jovem lésbica na Turquia.
Reportagem: Yoki Brook

sexta-feira, 6 de março de 2009

VOCÊ É PRECONCEITUOSO?

É óbvio que, ao ler essa pergunta, você com certeza dirá “lógico que não, sou contra o preconceito!”. Mas, observando bem de perto, as coisas não são tão puritanas quanto parecem. Isso é o que provou uma pesquisa divulgada hoje pelo Datafolha. O instituto realizou a segunda edição de um levantamento, realizado pela primeira vez em 1995, sobre o preconceito dos brasileiros no campo do racismo.
Embora os resultados mostrem que diminuíram as manifestações de preconceito racial no Brasil, a pesquisa mostrou dados contraditórios. Para 91% dos entrevistados, os brancos apresentam preconceito de cor em relação aos negros. Porém, quando a pergunta é pessoal, desses entrevistados, apenas 3% (excluindo os negros) admitem ter preconceito.
O mesmo acontece na situação oposta: 63% dos entrevistados afirmaram que negros têm preconceito em relação a brancos, mas apenas 7% (excluindo os brancos) dizem ter algum preconceito.
Ou seja: “o outro é preconceituoso sim, mas eu jamais, sou contra qualquer tipo de preconceito”. Esse levantamento é interessante para constatarmos uma verdade presente em toda a nossa sociedade, mas que fica mascarada por boas ações e falsas atitudes: hipocrisia. Sim, somos hipócritas, somos preconceituosos, e não há como mentir.
Os próprios gays, que lutam tanto contra o preconceito, também apresentam preconceito entre si. É a Barbie que não gosta do fashionista, o fashionista que sente horror pelo urso, o urso que não quer ter amigos afeminados, os afeminados que não gostam das pessoas no armário, e sim assim por diante. E isso é visível, explícito, não precisa nem ser mascarado.
Entre, por exemplo, em um site como o Man Hunt. Quantos perfis de “Se você for afeminado caia fora agora!”, “Para sair comigo tem que ser discreto”, “Sem jeito de bichona, por favor” e tantos outros com mensagens semelhantes. Puro gosto pessoal ou um preconceito declarado?



http://revistadom.wordpress.com/2008/11/23/voce-e-preconceituoso/



Afeminado? To fora!
Por Moa Sipriano



""Sou afeminado. Nem curto... Não gosto de afeminado para relacionamento, pois eu não sou. Para amizade... tudo bem... blá... blá... blá...""
Acima estão alguns dos famosos comentários anunciados nas mensagens de sites de encontros. Vemos as mesmas frases pipocarem na tela nas salas de bate papo.
Contarei uma breve historinha real: Era uma tarde de tédio mortal. Eu estava teclando no chat do Terra. Minutos depois que entrei, um sujeito puxou papo. Ao ver o meu nick escalafobético (peludíssimo_sp), foi logo perguntando:
""Você é afeminado?"". Minha resposta: ""Não. Eu não sou."" Percebi que a conversa prometia.
""Puxa, que bom"", ele disse, ""pois eu não curto cara afeminado.""Nossa conversa engatou. Ele era médico e morava em São Paulo. Disse que era bem sucedido, lindão, experiente, bem vivido (é engraçado como todos são perfeitos atrás de um monitor!) e... solitário.
Apresentei meu currículo padrão. Trocamos nossas afinidades triviais (gostávamos de cinema, teatro, caminhadas, cachorros, viagens, leitura, etc).
Após vinte minutos de conversa, houve troca de números de telefones e de fotos por e-mail. Pela foto ele aparentava ser simpático. ""Lindão"" era um pouco demais.Saímos do chat. Conversamos ao telefone. A voz imposta do médico era de derreter corações. Um misto de Francisco Cuoco (voz) com Reinaldo Gianechini (sensibilidade). Fiquei de peepo duro na hora!
Combinamos um encontro no Conjunto Nacional, localizado na av. Paulista em SP, para dali a dois dias. Eu estaria na capital à trabalho e assim uniria o útil ao (des)agradável - você irá entender os motivos mais adiante!
Na data, local e hora combinada eu esperava o possível novo amigo. Ele chegou três minutos atrasado. Estava elegante e muito bem vestido, mas os litros de Azzaro que ele derramou no corpo sufocaram um pouco meus neurônios nos primeiros cinco minutos de conversa. Passeamos pelo local, depois fomos almoçar num restaurante próximo.
Notei que ele se esforçava demais em parecer ""masculino"". Todos os movimentos eram previamente estudados. Todas as palavras que saíam de sua boca eram frases feitas. Bem diferente do sujeito que eu havia teclado dias antes.Percebi que não passaríamos de possíveis amigos, já que não houve de imediato uma química sensual (não confunda com ""desejo de trepar"") pelo menos de minha parte. Nossos mundos eram muito diferentes.
Não haveria equilíbrio, pois ele não estava disposto a mudar um milímetro sequer de sua existência em benefício do nosso possível relacionamento. Eu é que teria que me adaptar ao seu modo de vida.
Na hora do cafezinho o médico entregou o ouro. A maneira que ele colocou o adoçante na xícara, misturou o café com a colherinha e o sorveu logo em seguida, com dedinho em pé e tudo mais era digno de figurar numa cena da Gaiola das Loucas!Logo em seguida, ao chamar o garçom para acertarmos a conta, vi bem na minha frente o bracinho esticado, o dedinho indicador para cima e a voz em falsete tentando chamar a atenção do rapaz. Uma cena triste e hilariante ao mesmo tempo.
Para terminar, nas duas horas em que estivemos juntos, o sujeito perguntou-me 737 mil vezes se eu não era afeminado!!! Pôxa, ele estava ao meu lado. Será que não dava para perceber como eu me comportava?
O seu medo em ""dar bandeira"" era tanto, que bastou pouco tempo para eu perceber o porquê de sua solidão. Não dava para ter uma vida social com ele.Acompanhei meu médico lindão até o seu carro, um Audi prata (esse sim... lindérrimo!). Eu não era o companheiro indicado, pensei. Acredito que ficaríamos eternamente presos em seu suntoso apartamento nos Jardins (palavras dele), vendo filmes em dvd em sua sala de home teatro (também palavras dele) pelo resto de nossas vidas!
> Eu quero mais é viver!

Resumindo a moral da história: muitas vezes ao não aceitarmos nossos próprios limites e defeitos, projetamos nos outros aquilo que repudiamos em nós mesmos. Dizemos não, não e não para as coisas que acreditamos não possuir dentro de nós e crucificamos o próximo, apontando a todo momento os seus defeitos!
Somos preconceituosos e isso é um fato. No íntimo, em algumas situações, invejamos àqueles que vivem sua sexualidade naturalmente e não somos humildes o suficiente para utilizar a experiência e a vivência dessas pessoas em benefício próprio. Temos medo da liberdade!
Ser ""afeminado"" é muito diferente de ser ""afetado"". A primeira opção pode ser uma característica natural e ""normal"" em qualquer ser humano. Conheço homens que são um poço de sensibilidade e carinho e isso não afeta em nada a sua virilidade.
A segunda opção é algo que algumas pessoas criam para si mesmas. Fazem questão de expor ao mundo um certo sensacionalismo próprio, desejando a todo custo chamar a atenção conscientemente, usando muitas vezes o já batido e infeliz estereótipo típico do viado, da bicha louca - tá ai as Pocotós da vida que não me deixam mentir (e o que é pior: faturando horrores!) .
Esses seres acreditam que isso serve como defesa perante a sociedade. Um comportamento do tipo: ""já que sou gay mesmo... deixa eu esculhambar!""Pare e reflita. Para que gastar tanta energia em ficar se policiando, sendo que se você aproveitasse essa mesma energia para coisas mais dignas e úteis em sua vida a satisfação e realização pessoal seriam algo indescritível!
Aprenda a viver plenamente e a ""neurotizar"" menos o seu destino. Delicado, afeminado, troglodita... não importa. Respeite os limites dos outros e mostre a eles o caminho para que respeitem a sua maneira de ser e de viver.
Tudo é muito simples. Basta, novamente, dar o primeiro passo. E isso somente você será capaz de fazer.
Moa Sipriano
***

domingo, 1 de março de 2009

CIÚME é DOENÇA ?



Quem não se lembra das loucuras da personagem Heloísa, vivida por Giulia Gam na novela Mulheres Apaixonadas? Na vida real, milhares de mulheres e homens perdem a razão devido ao chamado ciúme patológico. Sem tratamento com psicólogo, casos assim podem levar à depressão e até a tragédias como assassinatos.



O Dia Online Agência O Dia André Bernado



Há quem garanta que, na medida certa, ajuda a ‘apimentar’ a relação. Segundo alguns casais, o ciúme estimularia os amantes a analisar o relacionamento, rever conceitos e valorizar mais o parceiro. Os especialistas discordam. Para eles, o melhor tempero é o zelo, sentimento altruísta de quem se dedica à pessoa amada. Não é à toa que as duas palavras, zelo e ciúme, derivam do mesmo radical latino: ‘zelumen’.

Segundo o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, ciúme é tudo, menos “prova de amor”, como supõem alguns ciumentos. Para o autor de “Ciúme — O Medo da Perda” e “Ciúme — O Lado Amargo do Amor”, o sentimento está mais associado a posse e propriedade do que ao amor propriamente dito. Em altas doses, causa aperto no coração, boca seca e falta de apetite.


“Sentir ciúme é como sentir dor. Ninguém gosta, mas é sinal de que algo está errado. O ciúme tende a causar dor tanto em quem sente quanto em quem é alvo dele. Alguns gostam de repetir que ‘fulano é a minha vida’ ou que ‘não conseguiria viver sem beltrano’. Poeticamente, é lindo. Mas, psicologicamente falando, pode ser perigoso”, alerta.


O grau mais perigoso do ciúme, ressalva o psicólogo Thiago de Almeida, é quando ele se torna patológico. Na literatura médica, o ciúme doentio é descrito como ‘Síndrome de Otelo’, em alusão à peça “Otelo, o Mouro de Veneza”, de William Shakespeare. Nela, o protagonista chega a matar a doce e fiel Desdêmona, sua esposa, certo de que ela o traía com um de seus asseclas.
“O ciúme pode ser percebido desde um simples gesto de mão no ombro até casos de violência física. Os casais devem estar atentos à freqüência e à intensidade das crises. Há casos em que o parceiro começa a cercear, monitorar e hostilizar o outro por causa de um rival imaginário”, afirma Thiago, acrescentando que o tratamento varia de psicoterapia a medicamentos.


A violência doméstica entre casais gays só começou a ser estudada na década de 90 (no caso dos heterossexuais ela é pesquisada desde 1970) e ainda há muita resistência em se falar deste assunto. Atualmente, a questão tende a sair da esfera do desconhecido.



Tipos ciumentos


Com o surgimento de um terceiro na relação, ou a simples possibilidade, conduz a alguns tipos de reação e de tentativa de resolução. Um desses tipos é o “tipo heróico” aquele que aceita e admite o interesse e até mesmo o amor do seu par por outra pessoa, tendo como fala: “Pode ir, se é isso que você quer” ou mesmo “Tudo bem, contanto que você seja feliz”.

Mesmo estando com raiva, magoado ou mesmo com ódio, tenta superar, se submetendo a tentar ser do “jeito” que a pessoa amada deseja, ou no mínimo do jeito que ele acha que o “amado” gostaria, passando a imitar e ter como modelo o “terceiro”. Neste caso, quando a relação termina, a pessoa sente-se obrigada a desistir da “amada”, e muitas vezes o faz sentindo muita raiva, mágoa e até ódio. Sua reação é de destruir o passado, as lembranças, as memórias, os presentes, tendo em seguida a apatia e até mesmo a depressão.

Outro tipo é o “passional” sua característica é baseada na exclusividade do prazer. Por exemplo: “Só ela me dá prazer”, “Sem ela não vivo”, não é apenas uma busca é muito mais do que isso, chega a ser uma necessidade, passando do desejo, do prazer, para a dependência e necessidade.

Este tipo acontece na esfera do pensamento, então muitas vezes a introdução do “terceiro” é fantasiosa, só acontece na fantasia, sem correspondência na realidade. O ciúme neste tipo é muito forte e persecutório, podendo tornar a vida da “amada” um verdadeiro inferno.

Existe ainda a “paixão unilateral” que se estabelece na eminência de uma separação e o que o ciúme se instala imediatamente, pois a pessoa vive o tempo todo achando que vai ser abandonada, rejeitada, trocada, descartada. A “amada” passa a ser a única fonte de prazer. “Prefiro morrer a perder a pessoa amada”. A pessoa passa a se menosprezar, se desqualificar, passando a achar qualquer pessoa melhor e mais interessante do que ela. Acha que só ela ama e que só ela sofre. Tem ciúmes da própria sombra.


Doses de ciúmes


Podemos falar em três gradações de ciúmes. O ciúme normal, a pessoa fica triste, tem sentimento de perda ou mesmo pensa ter perdido o “amado”, causando dor e sofrimento. A pessoa sofre uma ofensa ao seu narcisismo e sua auto-estima fica comprometida. Pode também se sentir responsável pelo rompimento e fica ainda mais deprimida. Essas situações podem ser reais e atuais, mas não são sempre racionais, porque muitas vezes podem ter suas raízes em fases mais infantis.

No ciúme projetado a sua característica é a própria infidelidade praticada por um dos parceiros ou no desejo de ser infiel. Não podemos descartar que a fidelidade sempre estará sujeita a tentações, pressões e cobranças. As pessoas que tendem a projetar o ciúme sempre estão negando seus desejos, suas dificuldades ou até mesmo suas infidelidades. Quanto mais sentem essa pressão, mais elas suspeitam da fidelidade do “amado” e assim aliviam sua própria consciência.

A terceira gradação é o ciúme delirante, classificado nas formas da paranóia. É a gradação mais forte, chega a ser patológico. Nesse tipo, o ciumento transforma a relação dual em triangular e o “amado” passa a ser objeto de ressentimento, de frustrações atuais ou do passado, o “amado” passa ser a parte ruim da pessoa. Nesse nível, o ciumento se sente enganado, abandonado, e começa a criar uma realidade cheia de histórias e mentiras, passa a acreditar nessa realidade e começa a reagir. As formas de contra-ataque podem ser das mais brandas até as mais violentas. O ciumento vai envolvendo o “amado” nas suas histórias, confundindo-o, criando pseudo provas com interpretações delirantes. “Estou sendo traído”.

Um manual sobre o tema violência doméstica lançado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) fez lembrar que entre casais de homossexuais, lésbicas, travestis e transexuais também podem ocorrer ameaças, humilhações, tapas e até mortes — nada diferente do que ocorre entre alguns casais heterossexuais. A diferença, quando ela existe, é que nos casais heterossexuais é o homem que costuma bater; nos outros, geralmente, é o mais fraco que apanha.

Números não oficiais divulgados pelo GGB estimam que mais de uma centena de gays, lésbicas e travestis (GLTs) são assassinados por ano, no Brasil. Segundo Luiz Mott, professor da Universidade Federal da Bahia e fiador desses números, entre cinco e dez desses casos seriam de amantes que mataram parceiros.

Para finalizar, gostaria de lembrar que quando nos relacionamos amorosamente, deveríamos também fazer uma distribuição dos nossos sentimentos e afetos em outras relações como amizade, família..etc. Dessa forma, o “outro” não se tornará “tudo” para nós. É importante manter uma vida independente do relacionamento amoroso, pois isso ajuda a enriquecer a relação. São experiências e histórias que podem ser trocadas com a parceira e que vão ajudar a fortalecer o relacionamento no dia-a-dia. É importante lembrar que cada um de nós tem uma história de vida, interesses diversos que podem ser compartilhados. Se, por ventura, você tem uma relação sufocante com sua parceira que não está fazendo bem a você, nem a ela, é preciso conversar. Não destrua uma relação com agressões, sejam físicas ou psicológicas, elas podem causar feridas e mágoas desnecessárias. Não deixe a situação chegar a este ponto. Pense a respeito. Se não conseguir chegar a uma conclusão, procure ajuda. Não manche sua história de amor.


Espaço GLS - Notícias / Por Katia Cristina Horpaczky (Psicóloga Clinica)